O ISEG e a internacionalização

Parece claro que a progressão do ensino e da investigação da nossa escola decorrerá num ambiente de acrescida internacionalização, como decorre de várias das linhas programáticas já enunciadas. Acrescentamos ainda algumas outras, com o espírito de que a internacionalização é não apenas uma necessidade, mas uma das nossas vontades enquanto grande escola. Pensamos que aqui há uma evidente vantagem em nos movermos entre os primeiros. Quer ao nível das licenciaturas, quer ao nível dos Mestrados, pós-graduações e doutoramentos, o ISEG tem condições ímpares para ser um exportador de serviços. Dispõe de docentes qualificados, existe já a lecionação em língua inglesa, o custo de vida em Lisboa é inferior ao de outras cidades europeias, a cultura, a segurança e o clima são fatores de atração. Paralelamente, o grau de qualificação do corpo docente e a sua disponibilidade já patenteada através do envolvimento de dezenas de docentes de todos os departamentos, exigem maior atenção à internacionalização do ISEG, inclusivamente nos países de língua portuguesa augurando excelentes perspetivas.

  1. Para uma eficaz materialização deste potencial de internacionalização, julgamos que:
  • É preciso emprestar coerência aos esforços e conhecimentos existentes na procura de novos mercados.
  • A colaboração de docentes estrangeiros, que passem algum tempo em Lisboa e no ISEG, será também uma mais-valia em termos de docência e potencial de investigação na nossa escola.
  • Em paralelo com os processos de acreditação internacional já mencionados, será valioso estabelecer parcerias com escolas estrangeiras para diferentes programas, em particular de segundo ciclo. A rede de parcerias ERASMUS a nível de Mestrados é limitada e deverá ser alargada. O estabelecimento de parcerias internacionais prestigiantes de outra natureza, inclusive conducentes a duplo grau, será estimulado. Deverá ser dada relevância estratégica não à simples maximização do número de escolas com quem o ISEG tem protocolos, mas igualmente à qualidade dessas escolas, dando-se particular atenção à renovação de bons protocolos. Os bons estudantes ERASMUS de boas escolas também serão os nossos melhores embaixadores.
  • Será importante reforçar a procura de uma solução de alojamento para estudantes e professores estrangeiros. Dar-se-á prossecução a projetos atualmente em curso nesta matéria (como é o caso do projeto INATEL, entidade com a qual não foi possível chegar-se a acordo de forma célere no atual mandato, ou de um outro projeto de maior  dimensão em parceria com a Junta de Freguesia da Estrela) e estudar-se-ão alternativas.
  • A participação regular de docentes do ISEG em conferências prestigiantes e publicações internacionais é da maior relevância para a visibilidade do ISEG no mundo.
  1. O caso particular da relação do ISEG com os países de língua portuguesa  exige espaço e atenção. A relação que Portugal tem com os países de língua portuguesa é histórica e assume para ambos os lados uma importância que não se pode negar. Só pode ser motivo de orgulho para o ISEG o facto de termos a relação mais antiga que existe ao nível das universidades portuguesas nas áreas da Economia e da Gestão, nomeadamente em África. Atualmente, o maior número de decisores ao nível dos governos, da administração pública, das empresas e de outras instituições como as universidades nacionais na África Lusófona tem a sua formação de base ou pós-graduada adquirida na nossa escola e que é cada vez maior ao nível do grau académico ou através do IDEFE. Assim, tendo em conta as exigências de formação superior em resposta às necessidades do desenvolvimento nestes países; o excelente nome que o ISEG tem nestes países; o importante campo de investigação que são os processos de desenvolvimento nestes países; as oportunidades financeiras de que o ISEG pode vir a beneficiar; e finalmente, mas nada despiciendo, a concorrência que neste momento é movida fortemente em Angola e Moçambique por outras universidades portuguesas e algumas brasileiras que ensaiam a sua entrada, levam-nos a propor:
  • Uma definição clara de quais as prioridades e interesses estratégicos do ISEG nestes países tendo em atenção que a seleção criteriosa se deve sobrepor ao envolvimento em quantidade.
  • A nomeação de professores responsáveis pela cooperação com os países de língua portuguesa, partindo de uma coordenação e orientações claras da Presidência da Escola, definidas em diálogo com os responsáveis nomeados.
  • O apoio do ISEG a cursos com a chancela de universidades nestes países de língua portuguesa, pode assumir diversas modalidades (coordenação científica, pedagógica, lecionação, orientação de teses, etc.) com a devida publicitação do nosso envolvimento.
  • Dar prioridade, sempre que possível e de acordo com um posicionamento estratégico aconselhável, à parceria com universidades públicas locais.
  • Explorar as oportunidades de formação profissionalizante de que o ISEG tem grande experiência e referência, o que permitirá reforçar a qualidade dos quadros locais e contribuir financeiramente para o ISEG (possivelmente em articulação com o IDEFE). Deverão ser aqui incluídas as ações de lecionação noutros territórios com a chancela do ISEG e a conceção de cursos nas nossas instalações especificamente dirigidos a estudantes estrangeiros de língua portuguesa.
  • Promover a criação, dentro da Associação dos Antigos Alunos, de uma Alumnia África que envolva todos aqueles que se formaram no ISEG e que tendo orgulho de pertencer a esta Escola podem potenciar a nossa presença nos seus países, seja organizando eventos (igualmente em Lisboa) e dando suporte a uma maior e mais facilitada entrada nestes mercados e respondendo às suas necessidades.