O ISEG e o IDEFE

A relação com o IDEFE é de extrema importância para o ISEG, pelo que é fundamental que seja transparente e bem compreendida por todas as partes envolvidas.

É importante reconhecer-se a flexibilidade que o veículo IDEFE, S.A. traz e pode trazer ao ISEG, em particular dado o atual contexto macroeconómico e financeiro. Esta flexibilidade manifesta-se no potencial de complementaridade na formação pós-graduada, na relação com o meio empresarial e no desenvolvimento de atividades de investigação e culturais. Esta flexibilidade é também financeira, na medida em que as duas entidades não têm a mesma natureza societária.

Designadamente, o IDEFE é uma sociedade anónima cujo acionista de referência é o ISEG. Esta participação no IDEFE é vista pelo ISEG como uma participação estratégica, sendo que a existência do IDEFE só faz sentido na esfera do ISEG. Esta parceria é, aliás, a maior e mais visível mais-valia do IDEFE, e assim percecionada por todos os seus acionistas. Como tal, espera-se que os interesses do ISEG sejam, devida e inequivocamente, defendidos pela gestão do IDEFE, sem com isso, contudo, violar qualquer boa prática de gestão do ponto de vista dos demais acionistas do IDEFE: medidas que beneficiem o ISEG são, certamente, medidas que beneficiam hoje, ou beneficiarão no futuro, os interesses do IDEFE.

Através de uma relação transparente, bem construída, e com balizas conhecidas por todos, poderá cumprir-se o potencial de sinergias entre as duas entidades, reforçando o valor da marca ISEG (e, concomitantemente, da marca IDEFE, S.A.) e a sua visibilidade.

  1. No que diz respeito ao capital do IDEFE, defendemos que:
  • O ISEG mantenha a sua atual proporção de capital próprio do IDEFE, sendo este um valor próximo do máximo recomendável, de acordo com a legislação. Desta forma, o triângulo ISEG – Fundação Económicas – Associação de Antigos Alunos, garantem a maioria do capital social.
  • Se promova o maior envolvimento de toda a comunidade ISEG na razão de ser do IDEFE. Esta poderá ser a solução mais equitativa para a minimização de eventuais conflitos de interesse na tomada de decisões que envolvam as duas entidades. Desta forma, promoveremos a ideia de uma maior dispersão do capital do IDEFE (de entre a percentagem que não está na posse do triângulo ISEG-Fundação Económicas-AAA) por um maior número de funcionários (docentes ou não) do ISEG. Neste contexto, o IDEFE em si mesmo poderá assumir funções de motor de um mercado secundário de ações.
  1. Na gestão e organização do IDEFE, defendemos que:
  • A figura de Presidente do IDEFE deve representar o seu maior acionista, fazendo este parte da equipa da Presidência do ISEG.
  • A forma de remuneração da administração do IDEFE obedeça ao atual figurino, que consiste num valor de remuneração claramente definido para cada administrador, o qual é transferido em primeira instância para o ISEG, e posteriormente pago aos administradores via folha de salário do ISEG. Parece-nos ser esta a forma mais transparente de partilhar recursos humanos entre as duas instituições, mesmo penalizando o valor líquido recebido pela administração.
  • Se mantenha a prática conservadora, dos últimos anos, de utilização da sua própria viatura por parte do Presidente do ISEG e do IDEFE, sem recurso a motorista.
  • No que diz respeito a inevitáveis despesas de representação da administração do IDEFE, se aprove em reunião do seu conselho de administração (e fique registado em ata) um valor total máximo anual por administrador. Pensamos que esta solução é a mais transparente, evitando-se esquemas de prestação de serviços através de outras entidades e garantindo-se a ausência de outros fringe benefits.
  • Se defina e regule de forma transparente e eficaz o âmbito de intervenção de cada entidade, bem como as transferências financeiras e de serviços entre si realizadas.
  • As contas trimestrais do IDEFE, S.A. sejam apreciadas pelo Conselho de Escola do ISEG.
  • Se exija uma modernização da estrutura dos sistemas e tecnologias de informação do IDEFE, S.A., a começar pela sua página na internet (ainda hoje desatualizada e não compatível com a tecnologia tablet) e pela plataforma de acesso a materiais letivos (utilizada quer por alunos, quer por professores).
  • Se integre rapidamente a plataforma IDEFE na plataforma Aquila / ISEG, a qual responde de forma mais eficaz às necessidades de docentes, outros funcionários e estudantes. 
  • Se mantenha e aprofunde a relação das políticas de comunicação e de marketing das duas instituições, maximizando o impacto e a visibilidade das duas marcas e a compatibilização de estratégias e políticas de comunicação integradas ISEG / IDEFE.
  • Se faça regularmente uma análise aprofundada à recetividade dos diferentes programas de formação (e outras atividades) oferecidos.
  1. Relativamente à oferta letiva do IDEFE, defendemos que:
  • A oferta formativa do IDEFE, S.A. seja complementar à do ISEG, desenvolvendo cursos prestigiantes não conducentes a grau.
  • Esta oferta formativa deve incluir uma componente de cursos de curta duração, em regime modular, potencialmente mais apelativos em período de contenção orçamental e grande incerteza.
  • Se deve apostar também, de forma sistemática e coordenada, na oferta de cursos para maiores de 50 anos. Este será um mercado em crescimento na próxima década, atendendo às tendências demográficas.
  • Na oferta formativa do IDEFE, S.A. se dê aos docentes do ISEG a possibilidade de participação e envolvimento quer como docente, quer na qualidade de acionista.
  • Se aprofunde o estreitamento de relações com o mundo empresarial, inclusive na definição de novos produtos de formação avançada e nas sinergias que podem advir desta colaboração para os nossos parceiros.
  • Entendemos que a expertise que o universo ISEG encerra não é, atualmente, explorada na íntegra, havendo áreas importantes a desenvolver na formação de executivos, nesta nova etapa que se aproxima.